domingo, 2 de maio de 2010

CARTA AO LEITOR

pequeno lapso de honestidade

ao segundo dia de maio de dois mil e dez

x,

Àquele que, com eventual frequência, passe o olho por esse espaço, gostaria de deixar claro que, SIM, estou em um hiato. Onde a vontade de criar é minúscula comparada à insegurança. Na prática, venho criando e agrupando algumas palavras. Os rascunhos desse lugar estão abarrotados. Na teoria, o que tenho em arquivo - deixando de lado o auto-desmerecimento de praxe - é vácuo. Nada digno de publicação. Bem, resta-me certo bom senso - ainda.

a título de curiosidade
Existe uma poesia dentre as produções não publicadas. É em meio ao riso que afirmo que a existência da mesma, de felicidade, fez tremer em sua cova o pior dos poetas {in}existentes. Sim, porque esse, através de suposta onisciência das almas inquietas, teve conhecimento de que não era o pior. Enfim, pratiquei a boa ação do ano.
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Dias bons - ou não - se anunciam. Assim como tenho lapsos de honestidade, tenho súbitas vontades de escrever. Em meio a uma "queima de arquivo" {re}encontrei o esqueleto dos próximos capítulos de um projeto, que, igualmente, deixei pra lá.


ponte - reflexiva - pessoal
Gosto de idealizar, romantizando, determinadas coisas. Infelizmente, está fora deste processo minha própria vida. Certas imperfeições me atraem - não posso negar. Enfim, é com pouquíssimo ou nenhum "peso de consciência" que deixo clara minha dificuldade de finalizar o que começo. Há quem adore se vangloriar pelo controle, por só fazer o que pode; pela exatidão, por ser infalível; e pela coerência, por finalizar tudo o que começa. Eu, no entanto, publico meus descontrole, erro e incoerência.
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Outro impasse às publicações, além da chatíssima falta de tempo, é a memória. Poucas coisas nessa minha vida são agendadas. Não seria diferente com as idéias que tenho. Aparecem sem aviso prévio e me largam sem dizer adeus. Exausto do corriqueiro esforço para relembrar determinado ponto -raramente recompensado, comprometo-me em aprisionar os insights no que me estiver ao alcance.

Comprometo-me, também, a tocar a produção daquele projeto. Não por você, mas por mim. Não me interprete mal! Sou egoísta mas isso não diz respeito a {mais esse} defeito. Quero poder ter em minhas mãos o concreto desse abstrato. Entenda como um pequeno-grande presente de mim para mim.

Visualize que o fato de que eu esteja escrevendo - e publicando - essa mensagem corresponde à volta das inspirações. O importante é que você saiba que não estou parado. Assim como, vez perdida, consegui publicar textos uns por cima dos outros - aproveitando ao máximo a criatividade do momento - quando estou no escuro agrupo, lentamente, fragmentos de pensamentos.

Desde já agradeço a misericordiosíssima paciência.

Murilo Franco

Um comentário:

Vanessa Isis disse...

"Em meio a uma "queima de arquivo" {re}encontrei o esqueleto dos próximos capítulos de um projeto, que, igualmente, deixei pra lá." Eu quero ter acesso depois, ok? Só a nível de informação, ist não é um pedido: é um aviso.

Ah, tem uma nota para você no meu futuro post, rs.

beijos, sua fã