quinta-feira, 24 de setembro de 2009

LA SOLITUDINE

Eis que o mundo, juntamente com a humanidade,
caminha para os "arquipélagos da individualidade"...


Às vezes no silêncio da noite, você nem se imagina TÃÃÃO "A DOIS"... Não sei por que mas a quantidade de desencontros {não só amorosos} vem crescendo a cada minuto. É, parece mesmo que o fabricante das panelas perdeu o molde das tampas... Há quem diga {e eu sou um dos que diz} que a lei que regia a humanidade {em um passado, como sempre, tão mais feliz} acerca de que "NADA SE PERDE {perdia} NO MUNDO" encontra-se bastante ameaçada com as "imposições externas" que te levam a ser sempre só, rs.

Abaixo a COLETIVIDADE! Hoje em dia comemora-se a auto-suficiência em tudo. {Feliz ou infelizmente} Precisa-se, a cada segundo, sempre menos de outrem para fazer volume na sua solitária existência. "E a tendência é se agravar, não é melhor se engravatar?"

Um exemplo evidente é a tecnologia {musicalmente falando}. Atualmente uma das poucas coisas musicais e interativas chama-se festa. E olhe que vem aumentando o número de pessoas sexagenárias antes do tempo {tipo que nem eu, rs} que ainda - um dia - , Deus ajude, irão descobrir as vantagens e os prazeres de se encontrar no meio de uma multidão. Hoje, todo mundo tem um estuprador-particular-de-pavilhão-auricular (singelo verbete que designa FONE-DE-OUVIDO) acompanhado de algum MP da vida. {Até porque, só a nata de"cafussús" escuta no auto-falante, HAHAH}.

Não diria que é culpa da da indústria... A culpa é da mídia! Descarada, que mesmo SABENDO que hoje em dia "não tá fácil pra ninguém" continua alienando a humanidade com casais à lá Qualy. É de lascar...

Eu até sei que antigamente já existiam anti-sociais depreciativos. Mas no presente o trem saiu do controle. Eu até conheço um "amigo meeeeu" que as vezes - só as vezes - mesmo estando junto com bastante gente, se sente - ÀS VEZES - mais sozinho do que se estivesse realmente só. {Como diz uma fã acolá, rs: eu, err, ELE supera...}.


Pra que companhia? Vai ver a humanidade está evoluíndo para que um dia não se precise mais de nada {nem ninguém} e eu fico aqui divagando... Prá falar a verdade, COITADO É DO CAJÚ. Qualquer dia desses a ciência inventa endorfina em gotas com intuito de acabar com as carências de quem, infelizmente, não teve a sorte de nascer sendo um desenho animado.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

R.I.P.




"No cemitério, pra se viver é preciso primeiro falecer.

Os vivos são governados pelos mortos. Que nada, os vivos são governados pelos
mais vivos ainda
.
E no cemitério, devota alice, nós os ossos,
esperamos pelos vossos."


(Morre-se Assim - Caetano)

sábado, 19 de setembro de 2009

HINO

"Quantos artistas
Entoam baladas
Para suas amadas
Com grandes orquestras
Como os invejo
Como os admiro
Eu, que te vejo
E nem quase respiro

Quantos poetas
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras
Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro


Me escutas, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas


Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti
Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí
Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores
Eu, que não digo
Mas ardo de desejo
Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir"

(Chico Buarque / Luís Cláudio Ramos - Cecília)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

CAMINHO DAS ÁGUAS

Existe uma cachoeira. Quando se sabe andar pela trilha, como eu sei, chega-se à nascente do rio em pouco tempo. Por entre o breu d'água só eu {novamente} consigo enxergar cada pedra pela qual o curso do riacho passa por cima. Talvez a visualização me seja facilitada pela constância de caminhadas que realizo por entre a mata.

O que não só eu sei - porque vejo - qualquer um poderia ver se não tivesse medo de enveredar por entre a mata, ou seguir dentro do preto fio d'água que escorre externamente. O que não só eu saberia {ou deveria saber} é o problema "hidráulico" que se apresenta.

O que se passa é a dificuldade imposta "pela natureza". O terreno ficou em aclive. O mato tomou de conta. O rio açoreou, se represou. No caso, foi represado. No começo ele, o rio, estranhava -mesmo tendo passado por isso outras vezes.

De primeiro a água que jorrava da nascente em explosões atômicas ia se acumulando, se aglomerando, se multiplicando na encosta da barragem. Até que de repente {'não mais que de repente'} ultrapassava os pedregulhos da barragem e seguia um curso. Nessas ocasiões, acreditava que teria para onde escoar eternamente...

Houveram tempos em que a vasão passava pra lá de metros pelos pedrões. O rio se apresentava viril e jurava ser capaz de eclodir quem lhe tapava o caminho. Indo, assim, caudalosamente em busca de seu objeto de desejo: Companhia. Estancava pouco a pouco ao se ver em selva inabitada. Ao se ver sozinho, sem rumo e sem destino, frustrado se deixava evaporar. Ou mergulhava na terra e de lá aguardava se tornar barro.

Se "até o perdão cansa de perdoar", com a água: não foi diferente. A nascente zangava-se de ver suas águas sempre reprezadas, desorientadas e sempre impedidas. Dela, então, saíam somente gotas. Gota-a-gota a barragem, mesmo assim, enchia, transbordava e secava.

O rio, quando viu que não tinha mais jeito, acomodou-se. Contou as horas para a morte. A qual, nunca chegava, pois sempre insistia em vasar, da nascente qualquer fio d'água. Qualquer torturante, frustrado e inútil fio d'água. Dessa vez, vermelho. Rubro como a lágrima mais triste.

Privado pelas árvores de ver o céu, pouco lhe fazia questão a cor do dia. Pouco lhe fazia questão se finalmente teria para onde escoar - não mais sozinho...

Acabou por flagelar-se. Sempre que podia - e reunia forças - lançava um gole d'água para além da margem. Às vezes, espatifava-se ao pé das árvores. Secava instantâneamente.

Mesmo afundado na mais triste amargura, cá por dentro sempre guardava a vontade de um dia ver chegar um posseiro às suas margens. Beber de sua água, deitar no seu leito, chafurdar em sua lama. Teria então, utilidade. Mesmo que nunca chegasse ao mar, se lhe houvesse qualquer forma de ser útil em alguma coisa, isso lhe traria grandes felicidades.

Fadado à solidão. Preso à cruz de nunca ter saída, o rio espera a "morte". Até que a ferida cicatrize, e até que outros brotos d'água surjam, a saga do que é "momentâneamente perene" rasga e dilacera aquele que se frustra. Compara-se às águas turvas e sem saída o amor daqueles que não podem amar, não querem amar e não se deixam amar.

"...QUE CHEGA DE REPENTE, QUE MATA E SE DESTROI, QUE ARRASA, QUE CORROI, QUE ACABA SIMPLESMENTE. AMOR QUE SE ENTREGA, AMOR QUE CEGA, AMOR QUE EMBRIAGA, QUE VEM FEITO UM TUFÃO E ABRINDO O CORAÇÃO: SE ESPALHA FEITO PRAGA. AMOR DESESPERADO, AMOR RASGADO, AMOR PROIBIDO. AMOR DESILUSÃO. AMOR EM VÃO. O AMOR NÃO FAZ SENTIDO..."

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

FILHOS

TEXTÍCULO

IDIOTA: era um adjetivo que caía como ninguém naquela personalidade. Só eu sei como me coçei pra perguntar se o fato de dispor tanta idiotisse lhe causava alguma dor. Uma pena, já que a oportunidade não veio. Nem a coragem.

Eu não sei por que, mas eu tenho esse costume de travar verdadeiros duelos com quem me incomoda. E a explicação de eu ter {ainda} meus 4 dentes da frente é que os duelos não saem da circunferência da minha cabeça. RÁ. É tudo mentalmente mentalizado. Cada milímetro. Vai ver que isso acontece pelo fato de eu nunca ter respostas prontas. (Não nas primeiras 24h de conflito - que é o tempo que eu gasto pra inventar {copiar} qualquer resposta cabível). É a velha história de nunca saber o que falar na hora. Depois é que eu fico: Que merda, hein? Dava pra eu ter dito isso...

Só sei que eu alimento essas briguinhas mentais pra suprir qualquer necessidade de sair por cima. Afinal de contas, no dia em que eu inventar uma picuínha na minha cabeça e no fim das contas sair perdendo: eu me mato.

Além de inflar meu "superego" as discussões são hilárias. E como me divertem... Há dias em que nem conseguir dormir dá certo. No calor do momento saem coisas tão engraçadas... O efeito colateral é que dá azia. "Pro-cê-ver" como eu me empenho em brigar, rs...

Mais engraçado ainda é quando há o meu encontro com o correspondente. É preciso toda uma técnica diplomática para se manter sóbrio. Afinal de contas, morrer de rir seria externar toda a parafernalha mental armada para um show que já passou. Um grande defeito meu é não saber "ficar de mau" por muito tempo. Então, sendo as pazes feitas ou não: o pano cai e só muda - mais tarde - o protagonista.