domingo, 26 de setembro de 2010

AS FALSAS PARALELAS

Uma vez me disseram que não existem retas paralelas. Sim, elas existem, mas não permanecerão assim: sem se tocar para todo o sempre. É que elas, por serem retas por excelência, são infinitas. E o infinito sempre se junta no horizonte. Inevitavelmente.
Portanto, para quem fica atrás - e vê as falsas paralelas se estendendo - também verá que um dia essas ficarão unidas. Juntas lá na frente. Lá: onde é o limite da visão. Nem que seja por ilusão de óptica.

Após esse enunciado, desculpe-me, mas não pude deixar de pensar em nós. E um fio de esperança se acendeu. Porque os números, diferentemente das letras, nunca mentem. É, as letras muitas vezes dizem coisas completamente avessas ao que realmente está por trás. Aquilo que, por vergonha ou capricho, prefere se esconder... Mas isso é outro assunto. E eu não quero desviar-me da minha cronologia, da minha linha, da minha reta.

Onde eu parei? Ah!, nos números e em nós.

Minha esperança se acendeu porque se todo esse "prólogo" é pura matemática, então é lei: está provado e é verdade. E eu preciso agarrar-me a essa teoria. Simplesmente porque eu preciso acreditar que mesmo nossas trajetórias sendo tão opostas, e nós estarmos tão distantes, existe algo que sustenta e me consola: a projeção de que um dia eu poderei pegá-la em minhas mãos - e não soltar jamais.

E se eu abandonar-me por alguns instantes - e passar a examinar nossos caminhos - eu quase posso ver-nos lado-a-lado... É, eu preciso acreditar nisso. Sim, eu quero e preciso. Até porque é tudo matemática. E número não mente.

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