terça-feira, 1 de março de 2011

O ANJO MAU

Para me educar quando criança, minha mãe advertia que toda a comida que sobrava no meu prato dava de comer ao anjo do mal. Eu morria de medo mas nem por isso comia tudo. É que o cinismo falava mais alto e eu só podia ser "bom de garfo" na casa alheia.
Costumava esconder cubinhos de chuchu embaixo da geladeira ou jogar meus desagrados no poço de ventilação do prédio. E essa comida sempre tinha desaparecido quando eu ia repor o estoque. Era a fome dele que comia e come tudo. E se hoje ele está vivo e solto por aí, foi porque eu o alimentei.
Mil perdões.

Um comentário:

Darlan disse...

HAHAHA, cara, o peso de todas as mazelas do mundo nas suas costas. Denunciarei!


Ah, você escreve muito bem, e nada de me responder com modéstia. Abraços!